Os dragões saiem diretamente de Berk para as telonas, em sua versão live-action. A final de contas, Como Treinar o Seu Dragão vale o hype?
Confira a sinopse e o trailer do filme:
Quando uma ameaça coloca em perigo tanto vikings quanto dragões na ilha de Berk, a amizade entre Soluço, um viking inventivo, e Banguela, um dragão Fúria da Noite, se torna a chave para ambas as espécies construírem um novo futuro juntas.
Gabriel Rodrigues (Onixx Primes): ⭐⭐⭐⭐⭐
Refilmar um clássico da animação em live-action exige uma sensibilidade quase médica: antes de tudo, não causar danos nem à história original, nem às memórias afetivas do público. Felizmente, o novo “Como Treinar o Seu Dragão” não só evita esse risco como se estabelece como uma das adaptações mais bem-sucedidas do gênero.
Quinze anos após a estreia do aclamado filme animado, o diretor e roteirista Dean DeBlois retorna para comandar essa nova versão, que mantém a alma da obra original, mas a renova com energia, emoção e uma nova dimensão estética. O resultado é uma jornada visualmente deslumbrante e emocionalmente envolvente, capaz de tocar tanto novos espectadores quanto os fãs mais antigos.
Com sabedoria, o roteiro permanece fiel à estrutura do primeiro filme. Na ilha de Berk, acompanhamos Soluço (Mason Thames), um jovem viking desajeitado e idealista que contrasta com seu pai, o rígido chefe Stoico, o Imenso (Gerard Butler, novamente dando voz ao personagem). Enquanto os adultos da vila mantêm uma guerra ancestral contra os dragões, Soluço acaba ferindo um raríssimo Fúria da Noite mas, em vez de matá-lo, faz algo revolucionário: o salva. Nasce assim uma amizade inseparável com o dragão que ele batiza de Banguela.
Essa relação é o coração da história. Ver Thames voando sobre Banguela é como experimentar a adrenalina de um simulador de voo misturado ao espírito aventureiro de Top Gun. Os dragões, agora criados com efeitos visuais de ponta, ganham vida com textura, peso e expressividade impressionantes. O grande “chefão” final, por exemplo, é uma fera que impõe respeito e exige uma aliança épica entre humanos e criaturas para ser derrotada.
O live-action também adiciona novas camadas às relações humanas. A dinâmica entre os adolescentes de Berk tem um toque de filme colegial, especialmente no desenvolvimento da relação entre Soluço e Astrid (Nico Parker). A química entre os atores dá uma naturalidade que a animação, por mais carismática que fosse, não alcançava com tanta profundidade. Astrid, inicialmente cética em relação a Soluço, vai sendo conquistada à medida que ele se transforma mais seguro, um pouco mais ousado, mas sempre fiel a quem é.
Ao contrário da versão animada vivida por Jay Baruchel, o Soluço de Thames é mais introspectivo, ainda em processo de descoberta, mas com um senso de identidade claro. Isso rende momentos tocantes com seu pai, em cenas que ampliam a carga emocional do enredo. Butler, com sua voz imponente, traz gravidade e sentimento à figura paterna, tornando a relação entre os dois um dos pilares mais fortes do filme.
Diferente de outras refilmagens recentes que tentam reinventar sem necessidade (Branca de Neve, Lilo & Stitch), “Como Treinar o Seu Dragão” mostra que um remake pode sim ter propósito: preservar o espírito da obra original enquanto se adapta à linguagem e estética de um novo público. Banguela continua sendo o melhor efeito especial do longa encantador, expressivo, inesquecível, agora simbolizando não só a amizade, mas também o amadurecimento.
Essa nova versão não apenas respeita o original ela o celebra, expande e, acima de tudo, emociona. Uma aventura envolvente e generosa, feita para conquistar uma nova geração, sem jamais esquecer a anterior.
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