Acompanhe as loucuras de Arthur Fleck e Arlequina, nesta sequência alucinante. A final de contas, Coringa: Delírio a Dois vale o hype?

Confira a sinopse e o trailer do filme:

“Em “Coringa: Delírio a Dois” encontramos Arthur Fleck institucionalizado em Arkham, à espera de ser julgado pelos seus crimes como Joker. Enquando luta contra a sua dupla personalidade, Arhtur não só encontra o amor verdadeiro, mas também a música que sempre esteve dentro dele.”

William Silva: ⭐⭐⭐✰✰

Coringa: Delírio a Dois, dirigido por Todd Phillips, finalmente está chegando aos cinemas brasileiros, mas pode decepcionar muitos.

Somos reapresentados a Arthur Fleck/Coringa (Joaquin Phoenix), agora preso no Asilo Arkham, aguardando seu julgamento pelos assassinatos de cinco pessoas. Mais adiante, conhecemos Harleen Frances Quinzel/Arlequina (Lady Gaga), uma mulher misteriosa que também está detida no mesmo local e desperta o interesse de Arthur, levando-o a se apaixonar e a ter devaneios amorosos. Esses delírios o fazem alternar entre seu verdadeiro eu (Coringa) e a pessoa que sua advogada (Catherine Keener) quer que ele seja, culminando em um delírio final, onde ele revela seu verdadeiro “eu”.

O filme tem uma proposta interessante de transmitir os sentimentos dos personagens através de músicas, mas o roteiro se perde, tornando a narrativa cansativa, com músicas que se arrastam e personagens que não conseguem se desenvolver. Isso acaba comprometendo a qualidade do enredo, tornando o longa metragem maçante. Muitas das músicas parecem ter sido inseridas apenas para preencher espaço, embora algumas façam jus ao filme, como na cena em que Arthur e Arlequina “fogem” do Asilo Arkham, que pega fogo após uma ação de Arlequina. No entanto, ainda assim, o filme não alcança o nível de um La La Land. Podemos dizer que ele funciona muito mais como um thriller de tribunal do que como um musical.

Quanto às atuações principais, Lady Gaga e Joaquin Phoenix conseguem salvar o pouco que o filme tem de bom. Ambos dão profundidade ao material limitado. Já esperávamos uma grande performance de Joaquin Phoenix, especialmente em suas cenas no tribunal que foram o auge do filme, mas, quanto a Lady Gaga, devo admitir que tinha minhas dúvidas, porém, ela acabou superando meus pensamentos negativos.

Outro aspecto positivo é a parte técnica, que é impecável. Além de apresentar um excelente figurino e fotografia, como no filme anterior, há também uma edição de som primorosa, perfeita para IMAX, iluminação precisa e cenários impressionantes. O Asilo Arkham, em especial, foi muito bem representado.

Concluindo, podemos afirmar que este filme está longe de superar o primeiro. Em minha opinião, é uma ideia que nem deveria ter saído do papel, pois apresenta um roteiro fraco que se enrola em todos os seus atos, prejudicando a história. No entanto, as boas atuações e a qualidade técnica ajudam a torná-lo, ao menos, visualmente bonito.

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