Quando uma agente de inteligência é suspeita de trair a nação, seu marido agente enfrenta o teste final para saber se deve ser leal ao seu casamento ou ao seu país. A final de contas, ‘Código Preto’ vale o hype? Crítica com spoilers do filme vale o hype?

Confira a sinopse e o trailer do filme:

George Woodhouse e sua amada esposa Kathryn são agentes de inteligência com anos de experiência em espionagem. Quando ela é suspeita de trair a nação, George enfrenta a maior pressão de sua vida, encarando a dúvida entre manter a lealdade ao seu casamento ou ao seu país.

William Silva: ⭐⭐✰✰✰

“Código Preto” (2025), dirigido por Steven Soderbergh e estrelado por Cate Blanchett e Michael Fassbender, logo estará nos cinemas brasileiros, mas, infelizmente, pode decepcionar alguns ou até a grande maioria.

Na trama, o espião George (Michael Fassbender) recebe a missão de investigar seus próprios amigos, já que um deles pode ser e é o responsável por trair a agência ao roubar um software potencialmente mortal chamado Severus. Entre os suspeitos, está principalmente sua esposa, Kathryn St. Jean (Cate Blanchett). A partir daí, George inicia uma investigação minuciosa, repleta de interrogatórios, joguinhos psicológicos e todos os recursos possíveis que um espião pode usar para encontrar o traidor.

Apesar dessa sinopse promissora, que faz parecer um filme de espionagem bem planejado, explicado e cheio de ação, o longa não entrega o que promete. Mesmo com uma ideia de trama interessante, o filme não soube desenvolver bem o enredo, tornando-o confuso e, em alguns momentos, cansativo (até sonolento), mesmo com uma duração curta de 90 minutos, já que se concentra mais na investigação e nos diálogos que muitas vezes são complexos, que, para quem não sabe inglês e não consegue acompanhar as legendas, pode ficar mais complicado. Além disso, certos elementos acabam sendo bastante previsíveis, como o fato de a psicóloga e “amiga” do casal saber mais do que aparenta, e percebemos desde cedo que ela esconde algo, e, de fato, ela sabe quem é o verdadeiro culpado: o parceiro de George, James (Regé-Jean Page), e isso pode ser ruim para alguns, já que, se o filme mantém um mistério, deveria ser o mesmo para todos.

Outro ponto que incomoda é que, embora exista uma boa química entre alguns atores, algumas atuações soam caricatas e exageradas, carregadas além do necessário.

Por outro lado, um dos poucos aspectos positivos do filme é a fotografia, que varia entre tons frios e quentes, criando um clima tenso e sombrio, o que combina perfeitamente com a proposta de um thriller de espionagem. Nesse sentido, o visual do filme consegue transmitir bem o ambiente que a história pede, ainda que, infelizmente, só a fotografia não seja suficiente para salvar a experiência como um todo.

Enfim, Código Preto pode até agradar a alguns, mas certamente não é um filme para todos. Ainda assim, vale a pena assistir para tirar suas próprias conclusões.

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