Um retrato delicado e poderoso da vida feminina durante a guerra. A final de contas, Vermiglio: A Noiva da Montanha vale o hype?
Confira a sinopse e o trailer do filme:
1944, Vermiglio, uma remota vila nas montanhas. A chegada de Pietro, um desertor, à família do professor local, e seu amor pela filha mais velha do professor, mudarão o curso da vida de todos.
Marcos Vilasboas ⭐⭐⭐⭐✰
“Vermiglio: A Noiva da Montanha” não é apenas um filme, é uma pintura em movimento. A diretora italiana Maura Delpero, que já havia mostrado sensibilidade em obras anteriores, retorna em 2024 com uma obra que combina força emocional e delicadeza narrativa. Filmado na isolada vila de Vermiglio, nos Alpes italianos, por volta do final de 1944, o longa nos mergulha em um recorte de tempo que mistura neve, silêncio e tensão.
A história gira em torno de uma grande família comandada por Cesarí, interpretado com intensidade e profundidade por Tomasso Ragno. Ele é o único professor da vila e um verdadeiro pilar da comunidade. Ao seu redor, gravitam sua esposa Adele (a sempre segura Roberta Rovelli) e seus filhos, sete no total. Mas o foco logo se estreita para Lucia, a filha mais velha, em uma performance surpreendente da jovem Martina Scrinzi, que carrega uma força contida no olhar e nas pausas.
O relacionamento que ela desenvolve com Pietro (Giuseppe De Domenico), um desertor siciliano do exército fascista, é o coração do filme. Mas não espere um romance tradicional, o que o filme entrega é uma ligação marcada pela tensão, pela curiosidade e pela esperança silenciosa de um mundo possível fora da opressão e das regras familiares.
O roteiro é firme, direto, e nunca apela. Os diálogos soam naturais, muitas vezes secos, como se cada palavra fosse medida. E há algo de profundamente tocante na forma como Maura filma as mulheres dessa família: seus olhares, suas tarefas repetitivas, suas frustrações caladas. É um retrato feminino sutil e necessário — daquelas histórias que raramente são contadas com essa honestidade.
Além disso, os Alpes se tornam uma personagem à parte. A fotografia é deslumbrante e sóbria, destacando o isolamento físico e emocional daquele povo. A neve não é só cenário — é silêncio, é prisão, é pureza e peso ao mesmo tempo.
Meu veredito?
“Vermiglio: A Noiva da Montanha” é daqueles filmes que parecem simples, mas ficam com você por dias. Uma narrativa poderosa sobre silêncio, desejo, resistência e o papel das mulheres em tempos de ruptura. Um filme para ser visto com calma, e revisto com o coração.
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