Jenna Ortega fala sobre sua preparação para o papel de Vada Cavell em The Fallout.

Em entrevista para o Deadline, a estrela de The Fallout – intitulado de A Vida Depois, no Brasil – falou sobre sua preparação para interpretar a jovem Vada e como essa experiência mudou aspectos da sua vida.

The Fallout é um filme americano dirigido por Megan Park e protagonizado por Jenna Ortega. O longa aborda a vida dos personagens após um evento traumatizante.

Sinopse:

A estudante do Ensino Médio Vada tem que lidar com as consequências emocionais de uma tragédia escolar. Enquanto se reinventa, ela também reavalia seus relacionamentos.

Entrevista com Jenna Ortega:

DEADLINE: Quais foram seus pensamentos quando você embarcou neste filme, envolvendo um assunto tão doloroso?

JENNA ORTEGA : Um projeto como este, é tão relevante e é tão infelizmente real que eu acho que foi um pouco estressante porque obviamente eu só quero ser respeitoso com qualquer um que já tenha experimentado algo assim antes. É um tema muito sensível. Mas depois de me encontrar com Megan, a roteirista-diretora que é tão maravilhosa e colocou tanto tempo e esforço neste projeto, sabendo que ela estava vindo apenas de um lugar de respeito e bem-intencionado e tinha se educado sobre o assunto, eu me senti segura para prosseguir.

DEADLINE: Você começou a atuar muito jovem. Você frequentou escolas regulares? Eu estou querendo saber se você teve que fazer exercícios de tiro ativo?

ORTEGA: Eu fui até meu primeiro ano do ensino médio. Eu estava na escola pública. Sempre tivemos exercícios de tiro ativo. Quando eu estava na oitava série, tínhamos um treino de tiro ativo que deveria acontecer depois do almoço. E assim que o almoço começou, o sistema de alarme disparou e os professores conduziram todos os alunos ao nosso auditório principal. E estávamos perguntando: “Isso não deveria começar mais tarde?” E estamos pensando, Oh, talvez eles estejam tentando fazer um elemento surpresa ou algo assim. E mesmo quando estávamos sentados no auditório, parecia um pouco estranho e continuamos perguntando aos professores: “Isso é real? Isto é real?” Nós não percebemos que era realmente uma situação real. E aparentemente um estudante trouxe uma arma para o campus e estava mostrando às pessoas. A polícia veio, eles escoltaram o aluno para fora e foi um grande negócio. É intenso quando algo de repente se torna real assim. Ninguém realmente entende até que aconteça com eles. Então, eu acho que eu já tinha aquele momento de, poderia acontecer em qualquer lugar, a qualquer hora. Meus irmãos mais novos, houve momentos em que lhes disseram para não ir à escola certos dias porque havia uma ameaça de bomba ou algo assim. É horrível.

DEADLINE: Eu entendo que, como parte de sua preparação para o papel, você pesquisou crianças que passaram por tiroteios em escolas.

ORTEGA : Infelizmente, por ser uma ocorrência tão comum, há tanta coisa por aí. Assisti a vídeos, entrevistas. Eu também olhei para imagens e absolutamente qualquer coisa que eu pudesse colocar em minhas mãos para me concentrar mais nos eventos reais, e então todo esse pensamento e processamento depois veio naturalmente.

Então, também, quando o movimento Marcha Pelas Nossas Vidas começou, tentei ser o mais ativo possível nas mídias sociais ou indo a marchas, eventos e cúpulas. E eu realmente tive o privilégio de ouvir estudantes de Parkland [Florida] como X González falar, e eu pude falar com eles depois. Foi incrivelmente comovente, e acho que teria sido realmente benéfico para qualquer pessoa ouvir.

DEADLINE: Você passa por tantas emoções no filme. Em uma cena com Maddie Ziegler, que interpreta uma colega de classe, você está no banheiro feminino quando o tiroteio começa, o que acontece fora das câmeras. Houve alguma cena que você achou mais desafiadora ou difícil de fazer?

ORTEGA : Eu sinto que foi aquela cena do banheiro. É meio estranho também, porque filmamos o filme inteiro e essa foi a última cena que filmamos. Obviamente, abordar o assunto com uma certa hesitação porque você nunca quer contar uma história que não é sua, você tem que se comprometer totalmente em uma situação como essa… Todo o elenco e equipe foram visivelmente afetados. Todos pararam de falar. Todo mundo manteve a cabeça baixa e todo mundo fez o que tínhamos que fazer. Nós nos aproximamos dela o mais delicadamente que pudemos. E nós tentamos o nosso melhor para não fazer nada que fosse muito estimulante ou muito para o público, mas também dar a eles a percepção chocante da naturalidade. Aquele foi realmente assustador. Você realmente quer fazer isso direito. Sim. Você só quer fazer certo. E isso foi estressante.

DEADLINE: O personagem de Maddie Ziegler em The Fallout é um influenciador de mídia social. Na vida real, você tem 7,7 milhões de seguidores no Instagram. Você se vê como um influenciador de mídia social?

ORTEGA: Eu consegui [minha conta no Instagram] para o meu trabalho quando era mais jovem e estive no Disney Channel por um tempo e eles dizem: “Poste todos os dias, faça isso”. Eles fornecem um conjunto de instruções sobre como criar sua conta para que você possa atrair mais pessoas para assistir ao seu programa. Então foi isso que eu fiz. Eles sabem o que estão fazendo porque funcionou, mas agora estou sobrando. Tenho tanto medo das redes sociais e se eu pudesse deletar minhas páginas eu o faria, e acho que um dia o farei. Mas um dos benefícios é que literalmente qualquer pessoa em todo o mundo é acessível. Então, abre para conversas realmente importantes quando necessário. Mas está se tornando cada vez mais um ambiente tóxico. Eu sinto que as pessoas não são mais receptivas com as pessoas que fazem perguntas sem algum tipo de crítica ou assédio que torna as coisas assustadoras. Não precisa ser tão assustador.

The Fallout está atualmente disponível no streaming da HBO MAX.