A DC retorna aos cinemas com um novo universo compartilhado, na qual promete um pedido de desculpas aos fãs. A final de contas, Superman: Legacy vale o hype?
Confira a sinopse e o trailer do filme:
Superman precisa conciliar sua herança alienígena kryptoniana com sua criação humana como repórter Clark Kent. Como a personificação da verdade, da justiça e do modo de ser humano, ele logo se vê em um mundo que considera tudo isso antiquado.
Gabriel Rodrigues ⭐⭐⭐⭐☆
Num contexto em que narrativas dominadas por medo, cinismo e ironia parecem ditar o tom das grandes produções, Superman dirigido por James Gunn surge como uma obra contracorrente: sincera, otimista e assumidamente emocional desde suas primeiras cenas. Em sua essência, o filme representa uma ruptura com a apatia estrutural do gênero, reacendendo o imaginário heroico com convicção e vulnerabilidade.
Gunn, após sua saída da Marvel e em meio à instabilidade criativa da DC, assume o desafio de reconstruir um universo em desgaste. Superman é o ponto inaugural dessa nova fase não apenas uma peça de franquia, mas uma tentativa deliberada de reinvenção estética e temática. Com ambientação calorosa e um mundo ficcional vivido, a obra entrega aquilo que o público espera, mas o faz com autenticidade rara.
O filme evoca o espírito pioneiro de Homem-Aranha, de Sam Raimi (2002), no sentido de oferecer ao público uma alternativa simbólica frente ao caos social contemporâneo. Ainda que não alcance as alturas dramáticas de Homem-Aranha 2, compartilha sua energia narrativa com as produções mais pessoais de Gunn como Guardiões da Galáxia, quando o diretor ainda operava fora da lógica corporativa dominante.
Visualmente, Superman mescla tons clássicos com inserções contemporâneas, recusando o revisionismo sombrio de Zack Snyder em favor de uma abordagem que respeita a iconografia original do personagem. Gunn reconfigura Superman como uma figura outsider, reinterpretando sua origem alienígena através de um subtexto sobre imigração, pertencimento e crítica ao “jeito americano” desafiando estruturas de poder e preconceito com postura firme e empatia ativa.
David Corenswet, com sua presença marcante e expressividade delicada, dá vida a um Superman cuja humanidade transcende o arquétipo. Sua interpretação combina ingenuidade quase infantil com autoridade silenciosa, gerando um contraste eficaz com o Lex Luthor de Nicholas Hoult, que encarna o ressentimento elitista em sua forma mais mesquinha. Rachel Brosnahan, como Lois Lane, adiciona camadas de inteligência emocional e assertividade à dinâmica do núcleo dramático.
Gunn explora temas complexos geopolítica, marginalização, justiça simbólica com fluidez, sem sacrificar o ritmo de aventura. A presença de personagens como Metamorfo e o cão Krypto adicionam textura à narrativa, refletindo o ecletismo afetivo do diretor. Seja em batalhas multidimensionais ou entrevistas tensas, Superman mantém-se como figura central de resistência ética, ocupando literalmente o lado do poder.
Ao fim, Superman não é apenas uma resposta aos desgastes do gênero: é uma proposta de reencantamento. Gunn afirma que ainda é possível contar histórias heroicas com sinceridade, humor e intensidade emocional sem precisar recorrer ao niilismo ou à superficialidade visual que têm dominado as últimas décadas.
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