Steam Machine da Valve: 8 GB de VRAM bastam?

As especificações da Steam Machine da Valve

Antes de avaliarmos o impacto prático dos 8 GB de VRAM, é importante observar o restante da ficha técnica. O dispositivo utiliza uma CPU AMD Zen 4 semipersonalizada com 6 núcleos e 12 threads, chegando a 4,8 GHz. Além disso, a GPU AMD RDNA 3 personalizada apresenta 28 CUs e clock sustentado de até 2,45 GHz. No entanto, embora o chip gráfico seja eficiente, ele depende totalmente da limitada memória GDDR6 integrada.

Além disso, o console conta com 16 GB DDR5 para o sistema, suporte a Wi-Fi 6E, armazenamento de até 2 TB via SSD NVMe e saída DisplayPort 1.4 capaz de alcançar 4K a 240 Hz. Em teoria, isso o coloca como um dispositivo versátil, porém, a prática pode contar outra história quando falamos de jogos grandes e texturas de alta resolução.

8 GB de VRAM ainda bastam em 2025?

A questão sobre a Steam Machine da Valve não está apenas no hardware bruto, mas também na forma como os jogos AAA evoluíram. Muitos títulos modernos já consideram 12 GB de VRAM como o mínimo ideal, especialmente em configurações elevadas. Portanto, quando a Valve limita seu novo dispositivo a apenas 8 GB, o que já rendeu críticas à NVIDIA e à AMD em seus lançamentos recentes, isso levanta preocupações justificadas.

No entanto, a Valve acredita que a tecnologia FSR da AMD — usada para upscaling e reconstrução de imagem — será crucial. Ou seja, o objetivo é entregar 4K a 60 FPS sem depender de poder de processamento bruto. Contudo, isso significa abrir mão de texturas mais pesadas e de configurações visuais avançadas.

Como a Steam Machine da Valve se compara aos consoles?

Quando analisamos o cenário competitivo, a situação fica ainda mais clara. O PlayStation 5 possui 16 GB de GDDR6, enquanto o Xbox Series X trabalha com 10 GB de alta performance. Dessa forma, ambos possuem vantagem considerável sobre o novo hardware da Valve em quesitos de memória dedicada ao vídeo.

Apesar disso, a Steam Machine oferece uma arquitetura RDNA 3 atualizada, e isso garante eficiência adicional. Mesmo assim, a limitação de memória permanece um fator determinante. Mesmo com um desempenho teórico de cerca de 17 TFLOPs, a falta de VRAM suficiente pode impedir que esse potencial seja completamente utilizado em jogos mais pesados.

O objetivo da Valve é competir com consoles?

Embora muitos comparem diretamente o dispositivo com consoles, a aposta da Valve parece ser outra. A empresa não tenta superar o PS5 ou o Xbox Series X em hardware, mas criar uma máquina que amplie a compatibilidade e a adoção do SteamOS. Assim, mesmo que o desempenho gráfico não seja impressionante, a promessa de integração total com a Steam torna o produto atraente para um público específico.

Além disso, a decisão de utilizar 8 GB de VRAM pode indicar uma tentativa de equilibrar custo e desempenho. A Valve já enfrentou críticas no passado por lançar produtos defasados, como ocorreu no lançamento do Steam Deck. Entretanto, ela compensou a limitação técnica com ampla otimização, o que pode se repetir aqui.

Jogadores com GPUs antigas podem se beneficiar

Curiosamente, a presença de apenas 8 GB de VRAM na Steam Machine da Valve pode acabar ajudando jogadores com placas mais antigas. Isso porque, se o dispositivo for amplamente adotado, desenvolvedores podem começar a otimizar melhor seus jogos para essa quantidade de memória. Consequentemente, GPUs limitadas podem ganhar certa sobrevida, mantendo compatibilidade por mais alguns anos.

Por outro lado, isso pode restringir a qualidade visual de lançamentos futuros, já que títulos precisam se ajustar ao “novo mínimo” representado pelo hardware da Valve.

O preço será decisivo para o sucesso

Mesmo com todos os pontos positivos, nada disso importará se o preço não for competitivo. Afinal, a primeira Steam Machine fracassou justamente por ser cara demais para o que entregava. Assim, a Valve precisa acertar em cheio o valor de lançamento para evitar repetir o erro e garantir que o público veja o dispositivo como uma alternativa viável — e não apenas um experimento.

No fim das contas, a Steam Machine da Valve pode até não dominar o mercado de consoles, mas tem potencial para impactar a forma como jogos são otimizados e executados no ecossistema SteamOS. Entretanto, as limitações de VRAM podem impedir que ela brilhe da forma que muitos esperavam.