Desde sua criação nos anos 80, Dragon Ball se tornou uma das franquias mais influentes da cultura pop mundial. No entanto, após a morte de seu criador, Akira Toriyama, em 2024, a continuidade da saga entrou em um impasse. E o mais surpreendente? A batalha mais decisiva da história da série não envolve Goku, Vegeta ou nenhum vilão intergaláctico ela acontece nos bastidores, longe das páginas do mangá ou dos episódios do anime.
Uma Disputa Fora dos Holofotes
Akio Iyoku, ex-editor de Toriyama e uma figura-chave na evolução recente da franquia, deixou a editora Shueisha em 2023 para fundar a Capsule Corporation Japan uma empresa cujo nome presta homenagem à famosa corporação da família de Bulma. No entanto, após o falecimento de Toriyama, começou uma disputa legal complexa entre Iyoku e a própria Shueisha pelo controle da obra do autor.
Essa batalha envolve direitos sobre diferentes frentes da franquia: enquanto a Shueisha continua com os direitos do mangá, Iyoku e sua nova empresa detêm o controle sobre o anime e os jogos. Essa divisão tem criado um bloqueio criativo, com os dois lados resistindo a qualquer tipo de concessão.
O Impacto Direto na Produção
Como reflexo dessa disputa, Dragon Ball está praticamente parado. O mangá Dragon Ball Super entrou em hiato logo após a morte de Toriyama, ainda em 2024, e desde então apenas um capítulo especial foi publicado, em 2025. O anime permanece suspenso desde 2018, encerrando antes de adaptar os arcos mais recentes. Durante esse tempo, a única novidade foi o especial Dragon Ball Daima, que, embora tenha gerado curiosidade, não representa uma continuidade real da história principal.
A ausência de novos conteúdos frustra os fãs e, ao mesmo tempo, levanta dúvidas sobre o futuro da franquia, especialmente com a atual liderança criativa de Toyotaro, discípulo direto de Toriyama. Se esse impasse continuar por mais alguns anos, as consequências podem ser duradouras. Dragon Ball corre o risco de perder relevância, dificultando uma retomada no futuro tanto em termos de narrativa quanto de impacto cultural. Em outras palavras: quanto mais tempo a franquia ficar parada, maior a chance de ela desaparecer do radar da nova geração.
E o mais curioso (ou triste) de tudo é que, nesta batalha, nem Goku, Vegeta, Gohan ou qualquer outro herói pode resolver o problema. A luta é nos tribunais, entre contratos, direitos autorais e egos corporativos.
O Que Podemos Esperar?
Por enquanto, os fãs precisam se contentar com reprises, jogos e materiais derivados enquanto aguardam uma resolução que, infelizmente, ainda parece distante. A esperança é que o legado de Akira Toriyama seja respeitado, e que Dragon Ball possa continuar crescendo, agora sob uma nova geração de criadores, sem perder a essência que o tornou um fenômeno global.