No ringue do hack’n’slash de elite, “Ninja Gaiden 4” não vacila. Quando o assunto é o coração pulsante da franquia o combate brutal e técnico, o jogo brilha com intensidade total.
Critica HypandoDesenvolvedores: Team Ninja, PlatinumGames …Estúdios: Microsoft, Xbox Game StudiosSérie: Ninja Gaiden
Treze anos após a incursão da Nintendo no universo “Ninja Gaiden” com o Wii U, o lendário e brutal hack’n’slash ressurge. Desta vez, a Microsoft assume a distribuição, mas com uma reviravolta no pergaminho de desenvolvimento: o novo “Ninja Gaiden 4” não é obra direta da Team Ninja (que permanece como produtora), mas sim da aclamada PlatinumGames. A fórmula, que troca o ícone Ryu Hayabusa por um novato e muda as mãos criativas, promete uma receita empolgante.
A narrativa se desenrola em torno de Yakumo, um membro do Clã Corvo, um grupo de assassinos que opera nas sombras. Sua missão de vida se choca com o destino quando uma antiga profecia o leva à sacerdotisa Seori, que possui uma ligação com o temido Dragão Negro. Em vez de cumprir a ordem de execução, Yakumo a salva e decide embarcar em uma jornada para destruir o dragão de uma vez por todas.
No entanto, o enredo é o primeiro obstáculo no caminho do ninja. Yakumo é um protagonista que falha em cativar, sendo descrito como superficial. O mesmo se aplica aos seus aliados Corvos e a Seori, que raramente aparecem fora das comunicações de rádio, o que impede que se tornem personagens estabelecidos. Embora introduzir um novo rosto no quarto volume não seja um erro por si só, a falta de substância de Yakumo e seus companheiros é gritante. A aparição de Ryu Hayabusa, a estrela dos volumes anteriores, mais tarde no jogo, apenas expõe essa deficiência, mostrando que mesmo um personagem menos falante pode ter mais “presença” e “substância” em cena.
A ausência de um antagonista convincente também prejudica a trama. O Dragão Negro é uma ameaça constante, mas é mais uma força da natureza do que um vilão propriamente dito. Para completar, o design dos personagens é questionável: Yakumo parece genérico, e as personagens femininas vestem trajes pouco práticos que parecem focar mais na exposição do que na funcionalidade para o combate.
O Combate
Se a história falha, a jogabilidade o verdadeiro coração da série “Ninja Gaiden” arrasa e compensa a deficiência narrativa. Como Yakumo, o jogador mergulha em um sistema de combate rápido, fluido e visceral, utilizando o Ninjutsu de Ligação de Sangue. Esse recurso permite transformar as quatro armas de Yakumo em instrumentos de destruição ainda mais letais com golpes limitados. O resultado é um massacre em alta velocidade de hordas de soldados, daimons e demônios, executado com uma vasta gama de ataques e combos que não só são incrivelmente satisfatórios, como também têm uma estética espetacular. Dominar o timing de ataques que concedem invulnerabilidade momentânea (como execuções e a técnica suprema) é a chave para alcançar um fluxo de batalha maravilhosamente viciante.

A troca rápida de armas, o uso estratégico de ataques de “prisão de sangue” e a ativação do modo Berserker tudo isso banhado em tanto sangue que a tela fica encharcada solidificam o jogo como um digno sucessor em termos de gameplay.
O jogo ganha um fôlego extra após cinco ou seis horas, com um salto temporal que coloca o jogador, finalmente, no papel de Ryu Hayabusa. Controlar o lendário ninja, com seu estilo de luta distinto e os feitiços mágicos familiares, é simplesmente fantástico. No entanto, a alegria é ofuscada: os capítulos de Ryu consistem em revisitar a jornada de Yakumo, enfrentando os mesmos chefes e explorando as mesmas áreas, o que deixa um gosto de oportunidade desperdiçada e backtracking desnecessário.
Desafios
“Ninja Gaiden 4” não é um jogo para os fracos de coração. Mesmo na dificuldade normal, o nível de desafio é brutal, exigindo reflexos rápidos e uma visão panorâmica constante do campo de batalha. A inclusão de um modo de treinamento acessível a qualquer momento onde se pode praticar combos e ajustar o comportamento dos inimigos é uma adição bem-vinda e necessária para sobreviver aos confrontos mais intensos.
Infelizmente, a câmera é uma inimiga perigosa, dificultando o acompanhamento da ação, especialmente contra oponentes aéreos e flutuantes. Some-se a isso o ataque à distância de certos inimigos mais adiante no jogo (felizmente, sem as famosas facas explosivas), e o resultado são batalhas que, por vezes, se tornam uma sequência de eventos frustrantes onde a dificuldade em acertar os alvos mais distantes atrapalha o ritmo.

Com uma campanha que se estende por cerca de oito horas no modo normal, “Ninja Gaiden 4” não é um jogo de longa duração, mas a sua brevidade não o isenta de problemas de ritmo. Ironicamente, os momentos que deveriam oferecer uma pausa do combate intenso são os que mais pesam.
As seções focadas puramente na locomoção se revelam desconfortavelmente longas e desinteressantes. Enquanto a combinação de corrida na parede, gliding em correntes de vento e deslizamento sobre a água em uma prancha culmina em sequências de tirar o fôlego perto do final, o início é marcado pela monotonia. Um exemplo notável é o deslize sobre trilhos, uma mecânica que remete a jogos casuais de celular como “Subway Surfers”, onde a única ação é pular, agachar ou mudar de trilho para evitar trens. Essa quebra de ritmo parece totalmente deslocada e nada interessante para um título hack’n’slash brutal.
Além disso, a câmera continua a ser uma vilã. Para usar o gancho de ancoragem ou capturar a próxima corrente de ar, o jogador é forçado a alinhar a câmera com uma precisão desajeitada, transformando a mobilidade em uma tarefa frustrante e lenta.
Linearidade
Apesar das falhas de ritmo, o design de nível é geralmente linear e confortável, guiando o jogador pela narrativa. Contudo, “Ninja Gaiden 4” recompensa a exploração. Ao se desviar do caminho principal, os jogadores encontram não apenas itens de cura e outros recursos, mas também a chance de quebrar a sensação de rigidez do mapa através de missões secundárias e as desafiadoras Arenas do Purgatório.
As missões secundárias, adquiridas em terminais de compra, são tipicamente simples: encontre um item ou derrote inimigos mais difíceis. Embora contribuam pouco para a história, elas incentivam a exploração e injetam alguma variedade no gameplay.
O Purgatório, por sua vez, oferece batalhas de dificuldade aumentada (frequentemente com uma barra de saúde reduzida) para aqueles que buscam recompensas adicionais. Curiosamente, a exploração diligente acaba por facilitar demais o jogo: o jogador acumula Moedas Ninja o suficiente para manter o inventário sempre cheio de itens de cura. Isso torna o jogo consideravelmente mais relaxante para o player casual, mas aqueles focados em altas pontuações e leaderboards acabarão ignorando esses itens para alcançar a perfeição no combate.
Felizmente, a experiência de “Ninja Gaiden 4” não se encerra com os créditos. A verdadeira força do jogo reside na sua longevidade pós-créditos. Para os puristas e hardcore gamers, completar o jogo é apenas o primeiro passo para desbloquear o nível de dificuldade mais alto. Após isso, há o incentivo de revisitar todos os capítulos jogando com Ryu Hayabusa, oferecendo uma perspectiva de gameplay diferente (apesar da repetição dos cenários, como mencionado na análise anterior).

O ponto alto, no entanto, são os Desafios que são desbloqueados. Neste modo, o jogador é submetido a setups predefinidos de inventário e habilidades para derrotar inimigos e chefes sob condições específicas. É neste modo que “Ninja Gaiden 4” realmente mostra seus músculos: o foco total no combate de alta velocidade e precisão ignora as fraquezas da história e da locomoção, transformando a experiência em uma pura celebração da jogabilidade brutal e técnica que a série sempre representou.
Conclusão
No que realmente importa para a série, “Ninja Gaiden 4” não decepciona: ele é um espetáculo sangrento de combate brutal. Abrir caminho por hordas quase infinitas de soldados e demônios, seja com o novato Yakumo ou com o lendário Ryu Hayabusa, é uma experiência absolutamente fantástica. O fluxo de batalha é intenso, o jorrar de sangue e pedaços de corpos é constante, e o sistema de luta da PlatinumGames atinge um nível de fluidez e satisfação que poucos títulos hack’n’slash conseguem igualar. Mesmo obstáculos irritantes como a câmera instável, a chuva constante de ataques à distância e os inimigos voadores que dificultam a visão não são suficientes para estragar o prazer visceral do gameplay.
Essa excelência atinge seu ápice na arena de batalha opcional e nos desafios desbloqueáveis. Nesses modos, o jogo se concentra puramente na técnica e na execução, transformando a jogabilidade em uma arte brutal e viciante.
No entanto, o brilho do combate é ofuscado pelos elementos circundantes. A história é entediante, falhando em construir um arco narrativo envolvente. O novo protagonista, Yakumo, é um personagem principal sem carisma, uma sombra pálida em comparação ao legado de Ryu Hayabusa. Além disso, as seções de plataforma e locomoção parecem completamente deslocadas. Aquelas sequências em que o jogador avança pelos níveis como em um jogo mobile de corredor automático são inoportunas e tiram o ritmo do gameplay central.
Veredito: Se você é um fã de “Ninja Gaiden” que prioriza a ação frenética, técnica e o desafio brutal acima de tudo, a compra é altamente recomendada. No quesito combate, “Ninja Gaiden 4” arrasa quase tanto quanto sempre, garantindo horas de satisfação no massacre ninja.
Descubra mais sobre Hypando
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.





Seria muito melhor se não fosse tão sexualizado
CONCORDO PLENAMENTE…
CREIO QUE SEJA UM ERRO DOS DE JOGOS INSPIRADOS NA REGIAO DO ORIENTAL
Tem muitas crianças gameres que não precisa ver e vivência mais disso nesse mundo.