Entrevista sobre o mercado de jogos no Brasil com Fabiano Holtsmann, PR Manager da Saga

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O mercado de jogos eletrônicos no Brasil está em plena expansão, não só de jogos desenvolvidos pelas principais empresas internacionais, mas também de produções nacionais.

Um bom exemplo disso é o divertido PiraCrash desenvolvido aqui no Brasil por uma empresa nacional. É também no Brasil que se concentra duas das maiores convenções sobre jogos eletrônicos da america latina: a BGS e o Big Festival.

E é pensando justamente nesse mercado que a Saga, escola de arte, jogo e animação atua, já tendo formado mais de 200 mil alunos em todo o país, tanto de forma presencial quanto online.

Recentemente a gente bateu um papo com o Fabiano Holtsmann, PR Manager da Saga, falando um pouco sobre o cenário do mercado de jogos no Brasil. Confira:

H: Em 2021 o Brasil movimentou quase R$ 12 bilhões em jogos, sendo o maior mercado de games da América Latina. Na sua opinião, é possível uma empresa pequena crescer nesse mercado?

F: Sim, é possível. Mesmo que a indústria já tenha um porte gigantesco e altas cifras rolando por aí, há muito o que se fazer. O Brasil, por exemplo, é o terceiro no mundo em número de jogadores, mas apenas o 11° em faturamento.

Creio que esse dado mostre o potencial que ainda temos para alcançar. Tanto para empresas grandes, quanto para as pequenas, o importante é entender as arestas que faltam ser aparadas para alcançarmos a maturidade dentro desse ecossistema.

H: Segundo estudos, 51% dos gamers brasileiros são mulheres, no entanto, ainda vemos um ambiente muito machista. Como a Saga educa seus profissionais para explorar melhor ambos os públicos?

F: Claramente o público feminino busca seu espaço no cenário dos games. Na modalidade competitiva, as mulheres ainda estão bem atrás, justamente pelo ambiente ser machista, como mencionado. Assim como as grandes publishers, como a RIOT e GARENA, que organizam torneios focados nesse público, a SAGA sempre teve um ambiente propício à diversidade, em todos os sentidos.

No processo de desenvolvimento de um game, nossos alunos aprendem a olhar para o gamer de maneira especial, seja ele da comunidade LGBTQIA+, ou que tenha alguma divergência ou deficiência. Nós entendemos que precisamos não só tratar todos de forma igual, mas incentivar a entrada das minorias na indústria dos games, eSports e artes digitais.

H: O presidente ainda em exercício (Jair Bolsonaro) diminuiu imposto sobre games em seu mandato, afetando positivamente as vendas. Você acha que isso ajudou também os produtores nacionais?

F: Essa medida facilita a venda de produtos importados, não enxergo como algo positivo para os estúdios nacionais. Um dos maiores desafios das produtoras tupiniquins, são os equipamentos e softwares para o desenvolvimento de game, que são extremamente caros e regados de impostos.

Além disso, pelo fato de nossa indústria não ser muito valorizada, o que se paga para um game dev no Brasil, é muito inferior ao que os grandes produtores internacionais conseguem bancar. Precisamos de medidas menos populistas e mais refinadas para o fortalecimento de nosso ecossistema interno.

H: O Brasil tem em Recife-PE o porto digital, um dos maiores centros de desenvolvimentos do Brasil, no entanto, segundo a Abragames, o Nordeste concentra apenas 14% dos estúdios de jogos do Brasil. Como a Saga enxerga isso? Existe algum plano para engajar mais o nordeste brasileiro na produção de jogos?

F: Acredito que seja uma tendência natural para o segmento de tecnologia se concentrar em São Paulo. Em sua maior parte, as produtoras adotam o “work from anywhere”, ou seja, não importa de onde o profissional esteja trabalhando.

A SAGA tem unidades no Nordeste há muitos anos, levando para os nordestinos a possibilidade de uma carreira no mundo dos games. Mais recentemente, lançamos nossa plataforma digital, em que pessoas do país inteiro podem iniciar seu sonho de se tornar um game dev.

H: Ainda sobre o Nordeste, vocês têm duas sedes lá, na Bahia e em Pernambuco. Existe algum plano de expansão?

F: Sendo a primeira e maior escola de game dev do nosso país, faz parte do DNA da SAGA a expansão não só para as regiões Norte e Nordeste do Brasil, mas por que não sonharmos com unidades em outros países latinos?

H: O norte do Brasil está um pouco atrás nesse quesito de produção de jogos, mesmo com a zona franca de Manaus atraindo empresas de eletrônicos para lá. Como a Saga enxerga essa região?

F: Algumas pesquisas que levantamos mostram o potencial da região para a indústria dos jogos eletrônicos. Já temos os dados e sabemos o que queremos, estamos na fase de definir as estratégias para o avanço.

H: Há uma nova tendência surgindo no mercado, a de jogos por streaming. Você acha que o Brasil está preparado para essa plataforma nova? E quanto aos criadores.

F: Tenho a perspectiva de que essa tendência ficará na mão das grandes organizações que já possuem presença internacional. O Brasil está preparado apenas como consumidor dessa nova ferramenta, há muito para amadurecer nesse cenário.

H: O Brasil tem dois dos principais eventos de jogos da América Latina, a BGS e o Big Festival, o segundo focado ainda mais na criação de jogos, como os profissionais, desde contratados a autônomos, podem explorar melhor esses eventos?

F: Network desenfreado! Esse é o meu conselho. Converse com o maior número de pessoas que conseguir, apresente suas ideias e portfólio. O sucesso é soma de dedicação, consistência e timing. Quando escutamos alguém dizer: “estava na hora certa e no lugar certo”, nada mais é do que uma pessoa que se desdobra para estar em todos os lugares a todo momento.

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