K-Pop Demon Hunters é atualmente um dos filmes mais populares da Netflix, tendo recentemente quebrado o recorde de animação original mais assistida da plataforma. O musical de fantasia tem conquistado o público global, que elogia tanto sua narrativa envolvente quanto a animação fluida e energética. No entanto, o que mais vem gerando discussão não é a história ou a estética é a trilha sonora.
A trama gira em torno do trio de K-pop HUNTR/X, que enfrenta uma legião de demônios, os quais eventualmente se transformam em uma boy band rival chamada Saja Boys. Desde sua estreia em junho, as músicas das duas bandas fictícias têm dominado as paradas musicais, refletindo o impacto cultural do filme.
Apesar do sucesso na plataforma e da mensagem universal transmitida ao público, o principal destaque entre os espectadores é a música. Com faixas que vão de pop dançante a baladas emocionantes, K-Pop Demon Hunters entregou a trilha sonora mais marcante do verão.
A música conduz a narrativa da melhor maneira possível
Com frequência, musicais no cinema estendem sua duração com canções que pouco contribuem para a narrativa. K-Pop Demon Hunters, no entanto, evita esse problema ao incluir apenas músicas que realmente impulsionam a história. Com uma trilha sonora concisa apenas 37 minutos no total, segundo o Spotify, o filme aposta na qualidade e no impacto emocional de poucas faixas, em vez de sobrecarregar o público com dezenas de músicas. A estratégia funcionou tão bem que a Netflix já iniciou uma campanha de premiações voltada especificamente para a trilha sonora.
Canções como “Golden”, “Free” e “What It Sounds Like” servem como válvulas de escape emocional para os personagens. Embora “Golden” possa soar como uma faixa pop comum, ela sintetiza perfeitamente o tema central do filme: a busca por identidade em meio ao caos. A jornada dos protagonistas é marcada por autodescoberta e superação, e “Golden” encapsula esse processo com sensibilidade.
Já “What It Sounds Like” se destaca como o clímax emocional do filme. Na música, os membros do grupo HUNTR/X assumem suas falhas e pedem desculpas uns aos outros, enquanto Rumi, a protagonista, enfrenta seus erros e aprende a usá-los para ajudar os outros. A letra é direta, mas poderosa, e funciona como uma peça essencial na resolução emocional da narrativa.
As músicas dos Saja Boys, antagonistas da trama, também têm papel crucial. Faixas como “Soda Pop” são propositalmente exageradas uma música pop chiclete sobre como a banda pode “te tratar melhor”, sugerindo um envolvimento quase romântico. Por trás da estética leve e grudenta, há uma crítica ao culto da celebridade e à manipulação emocional. A produção vibrante serve tanto como atrativo quanto como metáfora para o poder de sedução dos vilões.
“Your Idol”, por sua vez, apresenta uma atmosfera mais sombria. A letra aborda diretamente as intenções dos Saja Boys: roubar as almas de seus fãs. Apesar do conteúdo perturbador, a música é tão bem produzida que se torna difícil ignorá-la. Isso gera um interessante conflito no espectador os vilões são claramente perigosos, mas suas músicas são tão envolventes que chega a ser difícil não simpatizar com eles.
K-Pop Demon Hunters entrega não apenas uma narrativa sólida, mas também uma trilha sonora que reflete com precisão o desenvolvimento dos personagens e os temas do filme. De desabafos emocionais a hits pop hipnóticos, o repertório se destaca como uma das melhores seleções musicais já lançadas pela Netflix. Pode até ser o visual inspirado em anime que atrai o público inicialmente mas são as músicas de HUNTR/X e dos Saja Boys que realmente ficam na memória.