Ex-advogado de Pokémon diz que a atenção da imprensa é a “pior coisa do planeta” para projetos feitos por fãs

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Nas últimas duas décadas, os videogames feitos por fãs se tornaram uma visão comum online. Os aspirantes a desenvolvedores decidiram criar algo diferente do que as equipes reais estão fazendo e, como resultado, alguns desses projetos acabam recebendo muita atenção da mídia. Infelizmente, essa atenção costuma ser uma faca de dois gumes. Em entrevista ao Aftermath, Don McGowan, ex- conselheiro geral da Pokémon Company, foi questionado sobre projetos de fãs e como eles acabam sendo descobertos. McGowan revelou que muitas vezes descobriu esses jogos graças a artigos de notícias em vários sites.

“Resposta curta: obrigado a vocês. Eu estaria sentado em meu escritório cuidando da minha vida quando alguém da empresa me enviasse um link para uma notícia, ou eu mesmo o encontraria. Ensino Direito do Entretenimento na Universidade de Washington e digo isto aos meus alunos: a pior coisa do mundo é quando o seu projeto de ‘fã’ chega à imprensa, porque agora eu sei sobre você”, disse McGowan a Luke Plunkett do Aftermath.

Por que os jogos feitos por fãs são realmente eliminados

Embora Plunkett parecesse mortificado com a ideia de que ele poderia ter desempenhado algum papel na derrubada desses jogos, na verdade não é tão surpreendente; os fãs nas redes sociais argumentam há anos que a atenção da mídia de jogos era o problema. No entanto, McGowan enfatizou que a atenção da mídia por si só não é suficiente para resultar em uma queda. Em vez disso, o grande problema é quando os desenvolvedores de fãs começam a arrecadar dinheiro. “Mas isso não é o fim da equação. Você não envia uma remoção imediatamente. Você espera para ver se eles serão financiados (para um Kickstarter ou similar); se eles forem financiados, é aí que você se envolve. Ninguém gosta de processar fãs”, disse McGowan.

Empresas de jogos e jogos de fãs

Os comentários de McGowan sobre o financiamento ecoam os da Sega quando se trata de fan games. Em 2021, a gerente de mídia social de Sonic the Hedgehog, Katie Chrzanowski, afirmou que a Sega concorda com a aparição de Sonic em jogos de fãs e vê isso como uma forma de aspirantes a criadores “aprimorarem sua arte e habilidades de desenvolvimento”. No entanto, ela também observou “desde que não haja lucro envolvido”. Claramente é aí que as coisas começam a ficar legalmente obscuras, e essa é a maneira mais rápida de garantir que um projeto fracasse antes de decolar.Os jogos feitos por fãs tornaram-se uma parte fascinante da indústria de videogames, porque às vezes resultam na mudança dos desenvolvedores para coisas maiores e melhores. Notavelmente, Christian Whitehead começou sua jornada como desenvolvedor de videogames, primeiro criando jogos para fãs do Sonic online. Eventualmente, Whitehead foi contratado pela Sega para fazer Sonic Mania, que hoje é considerado um dos melhores jogos que já apresentou o personagem. A indústria pode aprender muito com os fan games, mas assim que o dinheiro é envolvido, os criadores não devem se surpreender ao ver seu projeto apaixonado desmoronar.

Fonte:  Aftermath

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