O que você faria se tivesse em uma torre de controle a 600 metros do chão? E pior, tivesse medo de altura. Não ta satisfeito? Mas e se a escada quebrasse? É envolvendo esses elementos que a trama se desenrola. A final de contas, A Queda vale o hype?

Confira a sinopse e o trailer do filme:

Para Becky e Hunter, vencer o medo é encará-lo de frente. Mas será que elas vão continuar pensando assim depois de escalarem quase 600 metros de uma torre de rádio remota e abandonada?

Gabriel Rodrigues: ⭐⭐✰✰✰

A Queda de Scott Mann gira em torno de uma premissa simples e estressante: duas alpinistas de aventura extrema, Becky (Grace Caroline Currey) e Hunter (Virginia Gardner), encontram-se presas no topo de uma torre de rádio de 2.000 pés sem saída. A torre abandonada esptá localizada em um trecho remoto do deserto da Califórnia, e a parte superior da escada que as jovens usam para subir se rompe assim que chegam à pequena plataforma no pico da torre. E além de serem completamente desprotegidos dos elementos, Becky e Hunter também, é claro, não têm sinal de celular e não disseram a ninguém para onde estavam indo.

Por toda parte, Mann divertidamente nos leva ao júbilo sobre a imprudência do esforço impulsivo de seus personagens. Enquanto Becky e Hunter fazem sua ascensão inicial indisciplinada, zombando um ao outro alegremente e indiferentes à natureza decadente da torre ao redor deles, a câmera permanece em cada parafuso que se solta lentamente e escada rachada ao longo do caminho. Tudo, mas convida o público a gritar para a tela, implorando aos personagens que voltem para baixo.

Mas Mann e o co-roteirista Jonathan Frank também distorcem maliciosamente o comportamento descuidado de Becky e Hunter (em um reflexo da propensão da Geração Z à postura de mídia social, Hunter está vlogando toda a experiência) em material de comédia auto-reflexiva. “Quase morri lá!” Becky grita quando a escada desmorona e quase a derruba com ela, e quando as duas garotas explodem em gargalhadas histéricas, torna-se impossível não se juntar a ela.

Porém, nem tudo é diversão e jogos, pois há outra razão mais séria para essa busca. O namorado de Becky e o terceiro membro de sua equipe de aventura, Dan (Mason Gooding), morreu alguns meses antes durante uma de suas escaladas de montanha. Becky e Hunter pretendem espalhar suas cinzas no topo da torre, mas, mais importante, a excursão visa tirar Becky de seu funk carregado de tristeza, ou, como Hunter diz, “chutar o medo no pau!” Este elemento destina-se a dar peso emocional a Fall , mas só acaba diminuindo o impulso robusto do filme com melodrama clichê, e apesar dos melhores esforços de Currey e Gardener.

Felizmente, a Queda é antes de tudo sobre o espetáculo e certamente cumpre sua promessa de emoções de alto nível. Através de composições indutoras de suor e uma mistura de efeitos práticos e CGI selvagens, o filme nos coloca indiretamente no topo da torre castigada pelo vento ao lado de seus protagonistas. Uma vez presos, Becky e Hunter mantêm a calma e confiam em sua inteligência enquanto enfrentam um obstáculo após o outro, incluindo um encontro particularmente maluco com um par de abutres circulando. Simplesmente se comprometendo e aumentando constantemente a ridícula grandiosidade de sua premissa, A Queda finalmente se aglutina no tipo de montanha-russa orgulhosamente burra que está faltando muito no cenário multiplex atual.

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